Eu nunca disse que a minha palavra era lei, nunca pretendi tal ambição, aliais, preferiria ser desprezada a ser idealizada, pois assim me tornaria mais real, orgânica. Repito, não deveria idealizar ninguém, é algo de extrema deselegância me tirar o direito irrevogável e justo de errar e de contar histórias. Esquece que aqui não tenho compromisso algum com a verdade, ademais, não deveria acreditar em todas as coisas que eu digo, como naquela anedota do homem cego e seus dois cães negros de três pernas. Na escrita escolho todos os caminhos, até os mais esquálidos e impróprios, se não fosse assim nunca teria terminado de ler o "Memória de minhas Putas Tristes" do Gabriel García Márquez, provavelmente nem ele teria terminado de escrevê-lo, mas somos somente filhos bastardos do poema autopsicografado de Pessoa.
Brindo hoje à sorte de nossa completa falta de brios de dizer mais do que aguenta a boca, e tenho dito.
Brindo hoje à sorte de nossa completa falta de brios de dizer mais do que aguenta a boca, e tenho dito.