"Distâncias somavam a gente para menos.
Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até
Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até
para a gente pegar nele.
Eu conversava bobagens profundas com os sapos,
com as águas e com as árvores.
Meu avô abastecia a solidão.
A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:
O dia está frondoso em borboletas.
No amanhecer o sol põe glórias no meu olho.
O cinzento da tarde me empobrece.
E o rio encosta as margens na minha voz.
Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar.
Eu queria que as garças me sonhassem.
Eu queria que as palavras me gorjeassem.
Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens.
Me dei bem (...) Poesia é a infância da língua.
Sei que os meus desenhos verbais nada significam.
Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba.
Eu sei. Sobre o nada tenho profundidades"
Eu conversava bobagens profundas com os sapos,
com as águas e com as árvores.
Meu avô abastecia a solidão.
A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:
O dia está frondoso em borboletas.
No amanhecer o sol põe glórias no meu olho.
O cinzento da tarde me empobrece.
E o rio encosta as margens na minha voz.
Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar.
Eu queria que as garças me sonhassem.
Eu queria que as palavras me gorjeassem.
Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens.
Me dei bem (...) Poesia é a infância da língua.
Sei que os meus desenhos verbais nada significam.
Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba.
Eu sei. Sobre o nada tenho profundidades"