sexta-feira, 3 de maio de 2013

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Repeti aquela noite em pensamento. Repeti pensando nossos dois corpos ali estirados lado a lado, dois vagalumes, como ela disse. Repeti meus primeiros gestos, até a hora em que se levantou e acendeu a vela. Nesta hora, já tarde da noite, imaginei-me levantando, desta vez para deitar-me ao lado dela, sem nada pretender além de tomá-la em meus braços e lhe amansar os cabelos na palma, nos dedos, rodeá-la de mim. Sem a febre desejosa do corpo. Com carícia morna, em doce gesto , leve e casto.
Como se nos amássemos a longas eternidades.
Como se nos amássemos.