Não são só as palavras,
meu próprio rosto tem feições que desconheço,
feições que não sabem se esboçar.
Minha voz não emite quando falo,
Meus gestos parecem mal ensaíados,
como se fossem pintados
pela primeira vez.
Meus olhos tem vida própria,
mesmo o brilho opaco]
meus olhos vão aonde não digo;
Meus dedos titirilam,
nas mesas, nos balcões,sem eu mandar.
Meus pés tropeçam neles mesmos
Minhas pernas,
de súbito,
dobram de peso.
Meus braços esbarram pelos móveis.
Meus lábios restam imóveis
mesmo em ilustre contentamento.