O coronel agora estava deitado em sua cama, inválido de guerra, pois haviam lhe amputado a perna direita até a altura da canela. Mas o coronel ainda sentia as dores das queimaduras da antiga perna e desejava arduamente coçar a perna fantasma.
-Dê-me a agulha de crochê!, ele disse.
-Não adiantaria nada, se fosse para você coçar sua perna deveria tê-la feito no passado, agora, ela já não existe mais.
-Bobagens! Eu ainda a sinto. Sinto tanto que poderia dar um chute nas suas canelas se conseguisse me levantar daqui!
- Tome a sopa coronel, e deixe de falar asneiras.
-"Espere!", disse ele em um tom de de agonia e desespero com duas lágrimas instaladas no cantos dos olhos, "O que fizeram com Ela?", a mulher suspirou:
- Pensaram em colocá-la em um vidro com alcool como se fosse um troféu de guerra para o inimigo, mas acabaram atirando-a aos cães da rua, que é como se desse no mesmo.
O coronel então voltou a se recostar no travesseiro de algodão, e enviou a boca uma colherada de sopa nitidamente intragável.