"O mal-educado
não tirava o chapéu em nenhuma situação.
Nem às senhoras quando passavam, nem em reuniões importantes, nem quando entrava na igreja.
Nem às senhoras quando passavam, nem em reuniões importantes, nem quando entrava na igreja.
Aos poucos a população começou a ganhar
repulsa pela indelicadeza desse homem, e com os anos esta agressividade
cresceu até chegar ao extremo: o homem foi condenado à guilhotina.
No dia em questão colocou a cabeça no cepo, sempre, e orgulhosamente, com o chapéu.
Todos aguardavam.
A lâmina da guilhotina caiu e a cabeça rolou.
O chapéu, mesmo assim, permaneceu na cabeça.
Aproximaram-se, então, para finalmente arrancarem o chapéu àquele mal-educado.
Mas não conseguiram.
Mas não conseguiram.
Não era um chapéu, era a própria cabeça que tinha um formato estranho."