sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Olhos de cão azul

"[...] De repente, um profundo rumor sacudiu as entranhas e as pezuanhas se afundaram no barro com maior força. Logo ficou imóvel durante meia hora, como se estivesse morta, mas ainda não desabara porque a impedia o costume de estar viva, o hábito de estar em uma mesma posição sob a chuva, até que o costume foi mais fraco do que o corpo. Então dobrou as patas dianteiras (erguidas , ainda , em um último esforço agônico, as ancas brilhantes e escuras) , afundou o focinho  babante no lodaçal e se rendeu , afinal , ao peso de sua própria matéria, em uma silenciosa, gradual e digna cerimônia de total desabamento. [...]"   Isabel vendo chover em Macondo