Vai sossegar o dia com tuas pálpebras.
Vai amainar a febre com teu riso.
Vai sossegar, acortinar o dia,
afinal, tu sabes, é só mais um dia
uma vida toda.
terça-feira, 29 de julho de 2014
segunda-feira, 28 de julho de 2014
domingo, 27 de julho de 2014
dúvida
"Nada está perdido ou pode ser perdido.
O corpo, indolente, velho, friorento... as cinzas deixadas pelas chamas
passadas... arderão novamente."
Walt Whitman
sexta-feira, 25 de julho de 2014
quinta-feira, 24 de julho de 2014
quarta-feira, 23 de julho de 2014
segunda-feira, 21 de julho de 2014
domingo, 20 de julho de 2014
A menina apareceu grávida de um gavião.
Veio falou para a mãe: O gavião me desmoçou.
A mãe disse: Você vai parir uma árvore para
a gente comer goiaba nela.
E comeram goiaba.
Naquele tempo de dantes não havia limites
para ser.
Se a gente encostava em ser ave ganhava o
poder de alçar.
Se a gente falasse a partir de um córrego
a gente pegava murmúrios.
Não havia comportamento de estar.
Urubus conversavam auroras.
Pessoas viravam árvore.
Pedras viravam rouxinóis.
Depois veio a ordem das coisas e as pedras
têm que rolar seu destino de pedra para o resto
dos tempos.
Só as palavras não foram castigadas com
a ordem natural das coisas.
As palavras continuam com seus deslimites.
Manoel de Barros
Imagem: Miró
quinta-feira, 17 de julho de 2014
terça-feira, 15 de julho de 2014
domingo, 13 de julho de 2014
quinta-feira, 10 de julho de 2014
"Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu
instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até
de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em
mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo
porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para
suspender. Este livro é a minha cobardia."
Fernando Pessoa - Bernardo Soares
quarta-feira, 2 de julho de 2014
O segredo
O meu maior problema é que vejo almas em todos os lugares, e absolutamente, à todo o tempo!
Nos livros leio a alma de cada palavra, de cada símbolo, ergo meu olhar e vejo a alma de todos os objetos à meu alcance, olho para meus semelhantes, são abismos de almas infindas, infinitas, que nunca se ajeitam em uma coisa só, ou em seu próprio corpo. E por último, olho para mim mesma no espelho, e me pego em imensa vertigem - evito o olhar que possa ser talvez, minha última perdição: de saber-se ser e estar em todas as coisas ao mesmo tempo, por todas as eras, em todos os lugares.
Nos livros leio a alma de cada palavra, de cada símbolo, ergo meu olhar e vejo a alma de todos os objetos à meu alcance, olho para meus semelhantes, são abismos de almas infindas, infinitas, que nunca se ajeitam em uma coisa só, ou em seu próprio corpo. E por último, olho para mim mesma no espelho, e me pego em imensa vertigem - evito o olhar que possa ser talvez, minha última perdição: de saber-se ser e estar em todas as coisas ao mesmo tempo, por todas as eras, em todos os lugares.
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