sexta-feira, 29 de novembro de 2013
domingo, 24 de novembro de 2013
sábado, 23 de novembro de 2013
Song of the Open Road - Walt Whitman
"A pé e de coração leve
Eu enveredo pela estrada aberta,
Saudável, livre, o mundo à minha frente,
À minha frente o longo atalho pardo
Levando-me aonde eu queria.
Daqui em diante não peço mais boa-sorte,
Boa-sorte sou eu.
Daqui em diante não lamento mais,
Não transfiro, não careço de nada;
Nada de queixas atrás das portas,
De bibliotecas, de tristonhas críticas;
Forte e contente vou eu
Pela estrada aberta.(...)"
Eu enveredo pela estrada aberta,
Saudável, livre, o mundo à minha frente,
À minha frente o longo atalho pardo
Levando-me aonde eu queria.
Daqui em diante não peço mais boa-sorte,
Boa-sorte sou eu.
Daqui em diante não lamento mais,
Não transfiro, não careço de nada;
Nada de queixas atrás das portas,
De bibliotecas, de tristonhas críticas;
Forte e contente vou eu
Pela estrada aberta.(...)"
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
!
"agora andava leve, manso, tropeçando em penumbras e suspiros. O amor encarnou em todo o seu destemido corpo e afrouxou até seus pesares."
Bartolomeu Campos de Queirós - Vermelho Amargo
Bartolomeu Campos de Queirós - Vermelho Amargo
terça-feira, 19 de novembro de 2013
sábado, 16 de novembro de 2013
"Cheguem junto de mim,
Cheguem junto, meus amores, e peguem o que tenho de melhor,
Cheguem cada vez mais junto e me dêem o que vocês tem de melhor.
Meu negócio com vocês ficou pela metade....e quanto a vocês?
Fiquei gripado com tantos tipos frios e os cilindros e o papel úmido entre nós.
Passo mal com papel e tipos...preciso passar pelo contato de corpos e almas."
Walt Whitman - Folhas da Relva
Cheguem junto, meus amores, e peguem o que tenho de melhor,
Cheguem cada vez mais junto e me dêem o que vocês tem de melhor.
Meu negócio com vocês ficou pela metade....e quanto a vocês?
Fiquei gripado com tantos tipos frios e os cilindros e o papel úmido entre nós.
Passo mal com papel e tipos...preciso passar pelo contato de corpos e almas."
Walt Whitman - Folhas da Relva
Quero me sonhar alta
preciso me nutrir dos sonhos de outros também, ( eu sei - Não sou tanto esse escândalo,
nem essa indecisão: mas não quero mapas.
Quero me sonhar alta, sim,
leve, densa, descansada, rebelde, una e vária.
Perdoe-me tempo, se só conheço os dias,
a minha paz é a paz do desassossego;
Me sonhei Lava. Vulcânica. Tremenda.
E talvez desse jeito mesmo, ainda,
eu seja algo que valha.
Mas me sonharei
para sempre.
preciso me nutrir dos sonhos de outros também, ( eu sei - Não sou tanto esse escândalo,
nem essa indecisão: mas não quero mapas.
Quero me sonhar alta, sim,
leve, densa, descansada, rebelde, una e vária.
Perdoe-me tempo, se só conheço os dias,
a minha paz é a paz do desassossego;
Me sonhei Lava. Vulcânica. Tremenda.
E talvez desse jeito mesmo, ainda,
eu seja algo que valha.
Mas me sonharei
para sempre.
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Folhas da Relva
"Meu voô é o voô de uma alma fluída e voraz,
Minha trajetória profunda além do alcance das sondas.
Vou me servindo do material e do imaterial,
Não há vigilância que me pegue, nem lei que me proíba."
W. Whitman
Minha trajetória profunda além do alcance das sondas.
Vou me servindo do material e do imaterial,
Não há vigilância que me pegue, nem lei que me proíba."
W. Whitman
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Canção de mim mesmo
"(...)O peso do mundo em movimento com suas piruetas inocentes, ergue-e em silêncio, exala frescor,
correndo obliquamente de alto a baixo.
A terra de mãos dadas com o céu...o fecho diário de sua junção
O desafio lançado do leste sobre minha cabeça naquele exato momento, (...)
Ofuscante e colossal, com que rapidez o sol nascente me mataria,
Se não pudesse agora e sempre lançar o sol para fora de mim.
Também nos levantamos ofuscantes e colossais como o sol,
Fundamos a nós mesmos, minha alma, no sossego e no frescor da aurora,
Minha voz sai à caça do que meus olhos não alcançam.
Com um giro de língua abarco mundos e volumes de mundos. (...)"
Walt Whitman - Song of myself
correndo obliquamente de alto a baixo.
A terra de mãos dadas com o céu...o fecho diário de sua junção
O desafio lançado do leste sobre minha cabeça naquele exato momento, (...)
Ofuscante e colossal, com que rapidez o sol nascente me mataria,
Se não pudesse agora e sempre lançar o sol para fora de mim.
Também nos levantamos ofuscantes e colossais como o sol,
Fundamos a nós mesmos, minha alma, no sossego e no frescor da aurora,
Minha voz sai à caça do que meus olhos não alcançam.
Com um giro de língua abarco mundos e volumes de mundos. (...)"
Walt Whitman - Song of myself
terça-feira, 12 de novembro de 2013
sábado, 9 de novembro de 2013
"(...)Sempre achamos que são demasiadamente estreitos os limites de nossa
personalidade! Atribuímos à nossa pessoa somente aquilo que distinguimos
como individual e divergente. Mas cada um de nós é um ser total do
mundo, e da mesma forma como o corpo integra toda a trajetória da
evolução,remontando ao peixe e mesmo a antes, levamos em nossa alma tudo o quanto desde o princípio está vivendo na alma dos
homens. Todos os deuses e todos os demônios que já existiram, quer entre
os gregos, os chineses ou os cafres, todos estão conosco, todos estão
presentes, como possibilidades, desejos ou caminhos. Se toda a
humanidade perecesse, com exceção de uma só criança medianamente dotada, esse menino sobrevivente tornaria a encontrar o
curso das coisas e poderia criar tudo de novo: deuses, demônios e
paraísos, mandamentos e proibições, antigos e novos Testamentos.(...)"
Herman Hesse - Demian
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
"Porém, falar na literatura com a perfeita integridade e despreocupação encontradas nos movimentos dos animais e com o irrepreensível sentimento das árvores na floresta e da relva à beira da estrada é a vitória impecável da arte. Se já contemplastes aquele que o conseguiu, contemplaste um dos mestres dos artistas de todas as nações e de todos os tempo s. Não terás mais prazer em contemplar o vôo da gaivota por sobre a baía ou a ação briosa do cavalo de raça ou a reverência esguia dos girassóis em seus caules ou o surgimento do sol atravessando o firmamento ou o surgimento da lua depois dele do que ao contemplar este mestre. O maior poeta não tem tanto um estilo específico e é mais um canal de pensamentos e coisas sem acréscimo nem diminuição, e é o canal livre de si mesmo. Ele jura à sua arte: Não serei um intruso, não apresentarei em minha escrita qualquer elegância ou efeito ou originalidade que se interponha entre eu e o resto como uma cortina. Não permitirei que nada fique no caminho, nem mesmo a cortinas mais fina. O que eu digo, digo exatamente como é. Deixe quem quiser que exalte ou assombre ou fascine ou lisonjeie, eu terei propósitos como a saúde ou o calor que a neve têm e serei tão indiferente quanto elas em relação à observação. O que eu experimento ou retrato sairá de minha composição sem um fragmento de minha composição. Ficarás do meu lado e olharás no espelho comigo."
Walt Whitman (Prefácio de Folhas de Relva)
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Módulo de verão
"As cigarras começaram de novo, brutas e brutas.
Nem um pouco delicadas as cigarras são.
Esguicham atarraxadas nos troncos
o vidro moído de seus peitos, todo ele
(chamado canto) cinzento-seco, garra
de pêlo, arame, um áspero metal.
As cigarras têm cabeça de noiva,
as asas como véu, translúcidas.
As cigarras têm o que fazer,
têm olhos perdoáveis.
- Quem não quis junto deles uma agulha??
- Filhinho meu, vem comer,
ó meu amor, vem dormir.
Que noite tão clara e quente,
ó vida breve e boa!
A cigarra atrela as patas
é no meu coração.
O que ela fica gritando eu não entendo,
sei que é pura esperança."
Bagagem - Adélia Prado
Nem um pouco delicadas as cigarras são.
Esguicham atarraxadas nos troncos
o vidro moído de seus peitos, todo ele
(chamado canto) cinzento-seco, garra
de pêlo, arame, um áspero metal.
As cigarras têm cabeça de noiva,
as asas como véu, translúcidas.
As cigarras têm o que fazer,
têm olhos perdoáveis.
- Quem não quis junto deles uma agulha??
- Filhinho meu, vem comer,
ó meu amor, vem dormir.
Que noite tão clara e quente,
ó vida breve e boa!
A cigarra atrela as patas
é no meu coração.
O que ela fica gritando eu não entendo,
sei que é pura esperança."
Bagagem - Adélia Prado
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
"A primeira ponte de Constitución e a meus pés
O fragor de comboios que teciam labirintos de ferro.
E de súbito foi o Juízo Final. Do invisível horizonte
E do mais íntimo do ser, uma voz infinita
Disse estas coisas (estas coisas, não estas palavras,
Que são a minha pobre tradução temporal de uma só palavra):
— Estrelas, pão, bibliotecas orientais e ocidentais,
Naipes, tabuleiros de xadrez, galerias, clarabóias e caves,
Um corpo humano para andar pela terra,
Unhas que crescem na noite, na morte,
Sombra que esquece, atarefados espelhos que multiplicam,
Declives da música, a mais dócil das formas do tempo,
Fronteiras do Brasil e do Uruguai, cavalos e manhãs,
Um peso de bronze e um exemplar da Saga de Grettir,
Álgebra e fogo, a carga de Junín no teu sangue,
Dias mais populosos que Balzac, o olor da madressilva,
Amor e véspera de amor, recordações intoleráveis,
O sono como um tesouro enterrado, o liberal acaso
E a memória, que o homem não olha sem vertigem,
Tudo isso te foi dado, e também
O antigo alimento dos heróis:
A falsidade e a derrota e a humilhação
Em vão te prodigalizámos o oceano,
Em vão o sol, que os maravilhados olhos de Whitman contemplaram;
E de súbito foi o Juízo Final. Do invisível horizonte
E do mais íntimo do ser, uma voz infinita
Disse estas coisas (estas coisas, não estas palavras,
Que são a minha pobre tradução temporal de uma só palavra):
— Estrelas, pão, bibliotecas orientais e ocidentais,
Naipes, tabuleiros de xadrez, galerias, clarabóias e caves,
Um corpo humano para andar pela terra,
Unhas que crescem na noite, na morte,
Sombra que esquece, atarefados espelhos que multiplicam,
Declives da música, a mais dócil das formas do tempo,
Fronteiras do Brasil e do Uruguai, cavalos e manhãs,
Um peso de bronze e um exemplar da Saga de Grettir,
Álgebra e fogo, a carga de Junín no teu sangue,
Dias mais populosos que Balzac, o olor da madressilva,
Amor e véspera de amor, recordações intoleráveis,
O sono como um tesouro enterrado, o liberal acaso
E a memória, que o homem não olha sem vertigem,
Tudo isso te foi dado, e também
O antigo alimento dos heróis:
A falsidade e a derrota e a humilhação
Em vão te prodigalizámos o oceano,
Em vão o sol, que os maravilhados olhos de Whitman contemplaram;
Desperdiçaste os anos e os anos desperdiçaram-te,
E não escreveste ainda o poema."
E não escreveste ainda o poema."
Jorge Luis Borges
terça-feira, 5 de novembro de 2013
"(...)Levantaremos como deuses,
com a beleza das coisas que nunca pecaram,
como árvores, como pedras,
exatos e dignos de amor.
Quando o anjo pássaro,
o furacão ardente do seu vôo
vai secar as feridas,
as secreções desviadas dos seus vasos
e as lágrimas.
As cidades restarão silenciosas, sem um veículo:
apenas os pés de seus habitantes
reunidos na praça, à espera de seus nomes"
Adélia Prado - "O dia da Ira"- Bagagem
com a beleza das coisas que nunca pecaram,
como árvores, como pedras,
exatos e dignos de amor.
Quando o anjo pássaro,
o furacão ardente do seu vôo
vai secar as feridas,
as secreções desviadas dos seus vasos
e as lágrimas.
As cidades restarão silenciosas, sem um veículo:
apenas os pés de seus habitantes
reunidos na praça, à espera de seus nomes"
Adélia Prado - "O dia da Ira"- Bagagem
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
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