quarta-feira, 30 de maio de 2012

domingo, 27 de maio de 2012

A maldita falta de mitologia

Delego* não só ao meu tédio, como a todo resto, a minha falta de mitologia, a minha falta de fé. Seria fé o que nos faltou? Sei que só sou turbulenta próxima das bordas, na superfície da pele, além disso, sou só paz, seja a dita paz da angústia, ou aquela , escondida na luz dura da lua, a paz triste.
Sei entender todas elas, como se as tivesse inventado.

Mas retorno aonde comecei, fora a falta de fé o que havia nos condenado?
Lembro-me de alguém ter me dito que é preciso três mil anos de prece para deitar-se ao lado de quem se ama. Uma vez tive essa sorte, não pude fazer nada, e agora mais ainda, estando tudo findo e acabado, e ademais, sei que se a minha mente não for suficientemente forte, meu pudor será.

Essa falta de mitologia me adoece, me entrego ao bater de ombros, porque ela não está, e nem eu estou, enfim...

Mas delego isso à falta de mitologia**.

Então me recordo de ser também, meio pagã.
E de guardar comigo, as flores no regaço.

*E quando digo "delego" na verdade quero dizer qualquer outra coisa como: "culpar" ou "responsabilizar"
 ** De novo, esse malabarismo semântico, linguístico, seja como for (o mesmo bater de ombros)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

terça-feira, 22 de maio de 2012

Los Diablos de Barro

"El diablo recorría Ocumicho y molestaba a todos. Se metía en los árboles y los mataba. Entraba en los perros y no hacían más que agitár-se y gritar. Luego´persiguió la gente, que se enfermaba y enloquecía. A alguien se le ocurrió que había darle lugares donde pudiera vivir sin molestar nadie. Por eso hicimos diablos de barro, para que tuviera donde estar."

terça-feira, 15 de maio de 2012

Baste a quem basta o que lhe basta

"Baste a quem basta o que lhe basta, a vida é breve, a alma é vasta." Fernando Pessoa

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A cor dos astros


A lua era mais alta, o sol mais verde que amarelo. Era disso que o céu era feito depois de tudo findo e acabado, era dessa paz, das coisas findas, que pintava a cor dos astros, de outro tom. E era assim que eu enxergava.

sábado, 12 de maio de 2012

Tenho dificuldade em publicar-me, tudo parece "indigno de nota" e já nem sei se escrevo para organizar meus pensamentos ou para perder-me ainda mais. Sou aquele homem doido que está sentado em três cavalos furiosos sem saber aonde vai. Tudo em mim é recente e eu finjo saber esquecer, me deixo, pratico meu próprio abandono sem precisar que ninguém o faça por mim (como ela o fez, e é quase sem querer que eu sigo os passos dela). Não tenho tempo, estou sempre atrasada, minha alma não sabe acompanhar meu corpo, ou talvez meu corpo não sabe acompanhar minha alma, não importa, também não há exílio, não o encontro em minha própria casa, e mesmo quando longe, não estou, tudo é recente.    

Não é.

"Não é alegria nem dor esta dor com que me alegro." Fernando Pessoa

Abre todas as portas e deixa que o vento varra a idéia

"Abre todas as portas e deixa que o vento varra a idéia."
E repetia, repetia, repetia feito mantra.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Mas se...

Mas se tudo pode ser sonhado, então porquê proferir o gesto?
porquê dar á realidade ares de sonho?

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A nossa realidade

Sou quem falhei ser.
Somos todos o que supusemos.
A nossa realidade é o que não conseguimos nunca.

Álvaro de Campos

domingo, 6 de maio de 2012

Das ficções

"[...] Eu tenho pena dela, casou-se com um sonhador, por conta disso um dos dois será sempre infeliz."