Uma vez lhe acusaram de falta de amor, coisa que nem soube responder.
Sentiu raiva por um momento, medo por outro. Em realidade, não sabia nem ao menos como sentir.
Sentiu finalmente a dor oca do vazio talvez. Se culpou, mesmo que a acusação não fizesse sentido.
Foi só o que teve por muito tempo.
Sabia sim, que na verdade a melancolia dela estrangularia todas as teorias formadas sobre ela ( a acusação da falta de amor era a própria falta de amor).
Mas fosse falta de amor ou qualquer outra coisa, não importava mais - eis a virtude do vazio - e nem sabia ao menos que pudera a acusação dele despertar nela este mesmo vazio...
Estava cansada demais para tentar consertar ou consertar-se.
Tudo o que sonhou para sí, não importava.
E ninguém iria ter com sua inconcebível nudez.