Meu desespero é sem fim. Tento - em vão - manter a minha ira razoável. Virgínia colocou pedras nos bolsos e se atirou no rio Ouse. Não ouso fazer o mesmo, mas sou um vislumbre de seu desepero. Estou confusa, me desculpo pela minha arrogância e pela minha preguiça. Me desculpo por estar viva e não saber o que fazer com isso. Por ser sem jeito com as palavras e com os atos.
domingo, 30 de setembro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
Noites Brancas
"[...] Como se atormentavam, como tinham medo, como era ingênuo e puro seu amor e como ( já percebe, Nástienka) as pessoas eram más! E será, meu Deus, que ele não a encontrou depois, longe das fronteiras de sua pátria, sob um céu estrangeiro, meridional, caloroso, na maravilhosa cidade eterna, no esplendor de um baile, ao som da música, num palazzo (sem dúvida, num palazzo), afogado num mar de chamas, nesse balcão coberto de mirto e rosas, onde ela, ao reconhecê-lo, tirou depressa sua máscara e, depois de sussurrar "Estou livre", começou a tremer e lançou-se aos braços dele gritando de entusiasmo; e , apertados um contra o outro, num instante esqueceram a dor, a separação, todos os tormentos, a casa sombria, o velho, o jardim lúgubre na pátria distante e o banco no qual ela, com um último beijo apaixonado, escapara de seus braços dormentes numa angústia cruel... [...]"
Dostoiévski
"[...]e ele não deseja nada porque está acima dos desejos, porque tem tudo consigo, porque está saciado, porque ele é o próprio artista de sua vida e cria a cada momento seguido um novo arbítrio. E tão fácil e naturalmente cria-se esse mundo fantástico, fabuloso! Como se tudo isso realmente não fosse um espectro!"
Dostoiévski - Noites Brancas
Dostoiévski - Noites Brancas
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
"Porque estou viva e concedo-me o direito de não saber o que fazer com isso"
Agradeço-lhe por escrever sempre,"há sempre uma palavra para ser celebrada ou perdoada" dizia Galeano no seu pequeno conto da Celebração da Voz Humana. Ela diz para aquietar-me, mas como aquietar o que se tem dentro? acaso não sou eu sinônima de confusão? Isso sim! infundada e cheia de desesperos! (e tudo piorou quando conheci Pessoa ).
No fim das contas só sirvo mesmo é pra poesia, ou nem pra isso.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
sábado, 22 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Afinal viu: sangue puro e roxo escorria de uma beterraba esmagada no chão.
Uma Aprendizagem - Clarice Lispector
domingo, 16 de setembro de 2012
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
"Mas o que raios eu estou esperando???"
Leio Clarice. Distorço Pope. Rezo mantras. Anoto em cadernos pequenos o que preciso fazer. Canto baixo, esqueço as letras. Passo o cartão. Arrumo o quarto. Como bobagens. Visito minha mãe. Acabo. Recomeço. Ouço Cícero. "Mudo certezas de lugar". Espero. Ignoro. Me distraio com facilidade. Sinto medo. Tenho pesadelos. Expulso o gato da mesa. Penso que deveria fazer exercícios físicos. Fico em casa. Me importo. Finjo deixar de me importar. Me convenço as vezes. Vou ao supermercado. Passo protetor solar. Pago contas. Tomo um café com conhecidos. Esqueço a chave de casa. Leio Clarice. Distorço Pope...
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
De Ulisses ela aprendera a ter coragem de ter fé - muita coragem, fé em quê? Na própria fé, que a fé pode ser um grande susto, pode significar cair no abismo, Lóri tinha medo de cair no abismo e segurava-se numa das mãos de Ulisses enquanto a outra mão de Ulisses empurrava-a para o abismo - em breve ela teria que soltar a mão menos forte do que a que a empurrava, e cair, a vida não é de se brincar porque em pleno dia se morre.
Uma Aprendizagem ou O livro dos Prazeres - Clarice Lispector
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres
"Pois para esse mundo incompreensível eu fui criada, e eu mesma, também incompreensível."
Clarice Lispector
Clarice Lispector
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
domingo, 9 de setembro de 2012
Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres
"Faz de conta que amava e era amada, faz de conta que não
precisava morrer de saudade...Faz de conta que vivia...faz de conta que
tudo o que tinha não era faz de conta..."
Clarice Lispector
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Orixás
O orixá dela é xangô, disse-me que poderia jurar que o meu era oxóssi. Seja quem for, espero que olhem por nós.
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