quinta-feira, 18 de agosto de 2022

 O melhor que eu poderia fazer era não ter descido

Era ficar rodando horas dentro do onibus

A salvo de qualquer coisa

Da chuva, ou do que eu pudesse ver

Se eu não tivesse assistido áquele espetáculo a céu aberto, não teria essa referencia de tudo aquilo que representa o meu maravilhamento seguido de sua ruína, de tudo aquilo a que não posso pertencer.

Eu poderia ter cochilado e perdido o ponto

E por mais que eu andasse mais e por consequência me molhasse mais eu infelizmente não tive essa sorte

Eu estava condenada a não-pertencer

Desde pequena

A gente consegue ver melhor agora de longe

Eu só não sei dizer se eu sou a vítima ou a vilã desta história

Se de alguma forma fui eu que causei, ainda que não soubesse o que estava fazendo

Ser vitima me parece um papel meio forçado

É preferível ser o vilão de sí mesmo 

terça-feira, 16 de agosto de 2022

 Então limpar a casa

Terminar de ler livros pela metade

Que não vai conversar com ninguém sobre eles

Porque ninguém mais leu, nem se importa

Pobre ator bufão! Cujos talentos não valem um tostão!

Uma citação desimportante de Shakespeare que também, ninguém leu

Seguimos nessa existência, sem propósito maior que pagar boletos e dividas no cartão

A comida tem gosto rançoso, mesmo que fosse a melhor do mundo

Por vezes não quero nem mesmo encosta-la nos lábios

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Sobrevivendo o dia-a-dia testando meus limites sem saber qual será o novo surto ou até quando meu corpo ou espirito irá suportar. Os flashes na tv, o som de um automóvel, a roupa sobre meu corpo, tudo isso entre outras coisas agem como uma explosão sobre mim inenarrável, que nâo poderoa descrever aqui pois talvez me causasse outro surto então , em partes, não posso falar sobre isso, não posso falar sobre o que me apavora pois poderia me apavorar novamente. Mas tudo bem, seguimos nos arrastando  neste dia a dia frenético e epilético sem saber o que acontecerá a seguir