sexta-feira, 17 de março de 2017
terça-feira, 7 de março de 2017
domingo, 5 de março de 2017
"[...] Já te estranham, meu Chico. Desta vez,
encolheste demais. O cemitério
de barcos encalhados se desdobra
na lama que deixaste. O fio d’água
(ou lágrimas?) escorre
entre carcaças novas: é brinquedo
de curumins, os únicos navios
que aceitas transportar com desenfado.
Mulheres quebram pedra
no pátio ressequido
que foi teu leito e esboça teu fantasma.
[...]"
“Discurso de Primavera e Algumas Sombras” – 1978
Carlos Drummond de Andrade
São brinquedos velhos, correndo e naufragando em tuas margens, brinquedos de gente nenhuma, bem longe à pureza dos curumins. O rio seca na falta do amor que ninguém pode dar. Na falta dele mesmo, o rio despede-se, despedaçado , sem volta.
encolheste demais. O cemitério
de barcos encalhados se desdobra
na lama que deixaste. O fio d’água
(ou lágrimas?) escorre
entre carcaças novas: é brinquedo
de curumins, os únicos navios
que aceitas transportar com desenfado.
Mulheres quebram pedra
no pátio ressequido
que foi teu leito e esboça teu fantasma.
[...]"
“Discurso de Primavera e Algumas Sombras” – 1978
Carlos Drummond de Andrade
São brinquedos velhos, correndo e naufragando em tuas margens, brinquedos de gente nenhuma, bem longe à pureza dos curumins. O rio seca na falta do amor que ninguém pode dar. Na falta dele mesmo, o rio despede-se, despedaçado , sem volta.
Assinar:
Postagens (Atom)