"[...]
a este deus
que levanta a poeira dos caminhos
os levando a voar
consagro este suspiro
nele cresça até virar vendaval."
Paulo Leminski
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Espírito do meu temporal
Eu sou o sangue
Eu sou o demônio
Eu sou a anemia
Eu não renasci,
Apenas forcei coragem.
Eu sou o sol
Eu sou a falta de energia,
Eu sou a insistência.
Eu venço porque sou.
Eu sou o demônio
Eu sou a anemia
Eu não renasci,
Apenas forcei coragem.
Eu sou o sol
Eu sou a falta de energia,
Eu sou a insistência.
Eu venço porque sou.
J. Lira Corrêa
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
terça-feira, 21 de outubro de 2014
domingo, 19 de outubro de 2014
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Qual febre é a febre que me queima esta noite?
cada dia o mais longo passo de uma eternidade
no sonho eu digo:
-Quem ousa usar um dos meus múltiplos nomes?
falava também de anjos mas sem saber seu significado
Vertical como um sol eu me erguerei
guardarei no íntimo a minha lua
eu sei a febre que me queima
só não sei de onde veio nem porquê
e temo, por isso também guardo a minha lua
no peito, no pátio mais escuro
onde não posso ver.
10.09.2014
cada dia o mais longo passo de uma eternidade
no sonho eu digo:
-Quem ousa usar um dos meus múltiplos nomes?
falava também de anjos mas sem saber seu significado
Vertical como um sol eu me erguerei
guardarei no íntimo a minha lua
eu sei a febre que me queima
só não sei de onde veio nem porquê
e temo, por isso também guardo a minha lua
no peito, no pátio mais escuro
onde não posso ver.
10.09.2014
terça-feira, 14 de outubro de 2014
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Alguns hoje me falam:
Eclipse Lunar!
Telepatia!
Quinta Dimensão!
Tivesse meu terceiro olho bem aberto
veria todos
os tais eventos
Uma vela para Iansã!
Outra vela para Oxalá!
Com meus pés saúdo a terra
Com minhas mãos saúdo o ar
Na água , na erva,
e três baforadas de bom tabaco
Três toques no chão
um na testa, um na nuca, um na lateral da cabeça
e dentro dela , mais ainda:
um turbilhão de provações.
Eclipse Lunar!
Telepatia!
Quinta Dimensão!
Tivesse meu terceiro olho bem aberto
veria todos
os tais eventos
Uma vela para Iansã!
Outra vela para Oxalá!
Com meus pés saúdo a terra
Com minhas mãos saúdo o ar
Na água , na erva,
e três baforadas de bom tabaco
Três toques no chão
um na testa, um na nuca, um na lateral da cabeça
e dentro dela , mais ainda:
um turbilhão de provações.
domingo, 5 de outubro de 2014
sábado, 4 de outubro de 2014
Acalanto - W. H. Auden
"Pousa, amor, a cabeça sonolenta,
Humana sobre o meu braço inconstante;
A beleza das crianças pensativas
Tempo e febres consomem lentamente
E cabe à tumba mostrar quão efêmeras
Essas mesmas crianças vêm a ser:
Mas que em meu braço , até que nasça o dia,
Possa repousar a viva criatura,
Mortal e culpada, e , no entanto, para
Mim a coisa mais bela de se ver.
Nem a alma nem o corpo têm amarras:
Para os amantes , quando eles se deitam
No seu declive indulgente e encantado,
Tomados de languidez costumeira,
Intensa é a visão que Vênus manda
De uma simpatia sobrenatural,
De esperança e amor generalizdo;
[...]
Certeza e fidelidade se estiolam
Quando bate meia-noite o relógio
Como se fossem vibrações de um sino,
E lançam seu pedante palavratório,
Aos gritos, os delirantes em voga:
Os últimos centavos a pagar
- Assim o prevê o baralho mofino -
Serão saldados: porém, desta noite,
Que não se perca nenhum pensamento
Nenhum suspiro, nenhum beijo ou olhar.
A beleza, a meia-noite e a visão morrem:
Deixa os ventos do amanhecer, que sopram
Suaves em tua sonhadora cabeça,
Exibirem um dia de tal forma
Propício que o olho e o coração o saúdem,
Satisfeitos com o mundo mortal;
Quer a secura mediana te veja
Nutrida pela força involuntária
E permita-te ir noite adversária
Guardada pelo amor universal."
Humana sobre o meu braço inconstante;
A beleza das crianças pensativas
Tempo e febres consomem lentamente
E cabe à tumba mostrar quão efêmeras
Essas mesmas crianças vêm a ser:
Mas que em meu braço , até que nasça o dia,
Possa repousar a viva criatura,
Mortal e culpada, e , no entanto, para
Mim a coisa mais bela de se ver.
Nem a alma nem o corpo têm amarras:
Para os amantes , quando eles se deitam
No seu declive indulgente e encantado,
Tomados de languidez costumeira,
Intensa é a visão que Vênus manda
De uma simpatia sobrenatural,
De esperança e amor generalizdo;
[...]
Certeza e fidelidade se estiolam
Quando bate meia-noite o relógio
Como se fossem vibrações de um sino,
E lançam seu pedante palavratório,
Aos gritos, os delirantes em voga:
Os últimos centavos a pagar
- Assim o prevê o baralho mofino -
Serão saldados: porém, desta noite,
Que não se perca nenhum pensamento
Nenhum suspiro, nenhum beijo ou olhar.
A beleza, a meia-noite e a visão morrem:
Deixa os ventos do amanhecer, que sopram
Suaves em tua sonhadora cabeça,
Exibirem um dia de tal forma
Propício que o olho e o coração o saúdem,
Satisfeitos com o mundo mortal;
Quer a secura mediana te veja
Nutrida pela força involuntária
E permita-te ir noite adversária
Guardada pelo amor universal."
Lullaby
"Lay your sleeping head, my love,
Human on my faithless arm;
Time and fevers burn away
Individual beauty from
Thoughtful children, and the grave
Proves the child ephemeral:
But in my arms till break of day
Let the living creature lie,
Mortal, guilty, but to me
The entirely beautiful.
Soul and body have no bounds:
To lovers as they lie upon
Her tolerant enchanted slope
In their ordinary swoon,
Grave the vision Venus sends
Of supernatural sympathy,
Universal love and hope;
While an abstract insight wakes
Among the glaciers and the rocks
The hermit’s carnal ecstasy.
Certainty, fidelity
On the stroke of midnight pass
Like vibrations of a bell,
And fashionable madmen raise
Their pedantic boring cry:
Every farthing of the cost,
All the dreaded cards foretell,
Shall be paid, but from this night
Not a whisper, not a thought,
Not a kiss nor look be lost.
Beauty, midnight, vision dies:
Let the winds of dawn that blow
Softly round your dreaming head
Such a day of welcome show
Eye and knocking heart may bless,
Find the mortal world enough;
Noons of dryness find you fed
By the involuntary powers,
Nights of insult let you pass
Watched by every human love."
Assinar:
Postagens (Atom)